Felix Sardá y Salvany (Savadelli, 1841 - 1916), ordenado sacerdote em 1864, era licenciado em Direito, Filosofia e Letras pela Universidade de Barcelona. Foi professor do Seminário Conciliar na mesma cidade e desde 1868 pároco da freguesia de San Felix. Converteu sua casa num asilo para idosos, instituição atendida pelas Irmãzinhas dos Velhos Desamparados, desde a sua criação no ano de 1905.
O tom polêmico, a lógica sem concessões e a clareza desta obra foram o estopim de uma explosão de ira de inúmeros liberais, que logo buscaram inutilmente desprestigiá-la e, em vão, refutá-la por todos os meios possíveis, a exemplo da péssima tentativa do liberal cônego Celestino Pazos, que no ano de 1885 havia publicado o opúsculo O Processo do Integrismo no propósito de demolir a obra do Rev. Pe. Salvany, mas que não logrou êxito e caiu em severa condenação pela Santa Sé.
Hoje, quando o Liberalismo sistemáticamente grassa no meio político, econômico e religioso, mais do que nunca se faz necessário conhecer as origens pérfidas desta corrente de pensamento, exposta na presente obra com a mais aguda fineza de pensamento espanhola, cujo título foi devidamente aprovado e recomendado pela mais importante congregação da Igreja Católica até as primícias do Concílio Vaticano II, a Sagrada Congregação do Santo Ofício.
Prefácio
Da Secretaria da Sagrada Congregação do Index, 10 de janeiro de 1887
Introdução
I. Existe hoje algo que se chama liberalismo?
II. Que é o liberalismo?
III. Se é pecado o liberalismo, e que pecado é
IV. Da especial gravidade do pecado do liberalismo
V. Dos diferentes graus que pode haver e há dentro da unidade específica do liberalismo
VI. Do chamado liberalismo católico ou catolicismo liberal
VII. Em que consiste, principalmente, a razão intrínseca do chamado liberalismo católico
VIII. Sombra e penumbra, ou razão extrínseca desta mesma seita católico-liberal
IX. Outra distinção importante. Isto é, do liberalismo prático e do liberalismo especulativo ou doutrinal
X. O liberalismo de todo o matiz e caráter tem sido formalmente condenado pela Igreja?
XI. Da última e mais solene condenação do liberalismo pelo Syllabus
XII. De algo que, parecendo liberalismo, não o é; e de algo que o é, não o parecendo
XIII. Notas e comentários à doutrina exposta no capítulo anterior
XIV. Se em vista do que vai dito é ou não lícito ao bom católico aceitar em bom sentido a palavra "liberalismo" e em bom sentido gloriar-se de ser liberal
XV. Um observação simplicíssima que acaba de pôr a questão em seu verdadeiro ponto de vista
XVI. Haverá hoje erro de boa-fé em matéria de liberalismo?
XVII. Vários modos por que, sem ser liberal, um católico pode não obstante tornar-se cúmplice do liberalismo
XVIII. Sinais ou sintomas mais comuns por onde se pode conhecer se um livro, periódico ou pessoa estão atacados ou somente se ressentem do liberalismo
XIX. Regras principais da prudência cristã que deve observar o bom católico em seu trato com os liberais
XX. Necessidade de precaver-se contra as leituras liberais
XXI. Da sã intrasigência católica em oposição à falsa caridade liberal
XXII. Da caridade no que se chamam as formas da polêmica, e se a este respeito têm razão os liberais contra os apologístas católicos
XXIII. Se é conveniente ao combater o erro combater e desautorizar a personalidade que o sustenta e o propala
XXIV. Resolve-se uma objeção, à primeira vista grave, contra a doutrina dos dois capítulos precedentes
XXV. Confirma-se o que ultimamente dissemos com um mui conciencioso artigo da Civiltà Católica
XXVI. Continua a famosa e contundente citação da Civiltà Católica
XXVII. Termina a tão oportuna quão decisiva citação da Civiltà Católica
XXVIII. Se há ou pode haver na Igreja ministros de Deus atacados do horrível contágio do liberalismo
XXIX. Que conduta deve observar o bom católico com tais ministros de Deus contaminados de liberalismo?
XXX. Que deve pensar-se das relações que o Papa mantêm com os governos e personagens liberais
XXXI. Dos caminhos por onde com mais frequência vem um católico cair
XXXII. Causas permanentes do liberalismo na sociedade atual
XXXIII. Quais os remédios mais eficazes e oportunos a que imcumbe aplicar aos povos dominados pelo liberalismo
XXXIV. Sinal claríssimo por onde se conhecerá facilmente o que procede de espírito puramente católico, e o que procede de espírito simplesmente afetado, ou radicalmente liberal
XXXV. Quais são os periódicos bons e quais os maus, e o que se há de julgar do bem que porventura faça um periódico mau, e ao contrário do mal em que pode incorrer um periódico bom
XXXVI. Se algumas vezes é recomendável a união entre católicos e liberais para um fim comum e em que condições
XXXVII. Se é ou não indispensável em cada caso particular recorrer ao veredicto concreto da Igreja e de seus pastores para saber se um escritor ou pessoa devem repudiar-se e combater-se como liberais
XXXVIII. E que dizer da horrível seita do Laicismo que desde há pouco, no dizer de alguns, causa tão graves estragos no nosso país?
XXXIX. Se é mais conveniente defender em abstrato as doutrinas católicas contra o liberalismo, ou defendê-las por meio de uma agrupação ou partido que as personifique
XL. Se é exagero não reconhecer como partido perfeitamente católico senão um partido radicalmente anti-liberal
XLI. Dá-se de passagem uma explicação muito clara e simples de um lema, por muitos mal compreendido, da Revista Popular
XLII. Uma observação muito prática e muito digna de tomar-se em conta sobre o caráter aparentemente distinto que oferece o liberalismo em distintos países e em diferentes períodos históricos de um mesmo país
XLIII. O que há sobre a "tese" e a "hipótese" na questão do liberalismo, de que tanto se tem falado nestes últimos tempos?
Epílogo e conclusão